Projeto Nossa Vila participa do Seminário de Patrimônio Cultural de Curitiba

Começa amanhã a terceira edição do Seminário de Patrimônio Cultural de Curitiba com a apresentação de trabalhos e pesquisas incentivadas pelo Fundo Municipal da Cultura. A equipe do Projeto Nossa Vila – O Fazer da memória: materialidade e espacialidades na Vila de Nossa Senhora da Luz de Curitiba, apresentará um pouco das suas experiências a partir das 15h40!

Programação completo do Seminário de Patrimônio Cultural de Curitiba

Projeto Nossa Vila na Agência de Notícias da Prefeitura de Curitiba

Na tarde desta sexta-feira (21), foram apresentados no terminal de ônibus do CIC os primeiros trabalhos do projeto, focados na arquitetura das casas da Vila, que foi a primeira experiência de Cohab no País, inaugurada há quase 50 anos, em novembro de 1966. Em destaque, vídeos, fotos e maquetes construídas em oficinas do projeto, que também promove pesquisas e levantamento documental e etnográfico da região.

“A Vila Nossa Senhora da Luz tem uma representação forte em Curitiba em termos de desenvolvimento urbano da cidade. O projeto arquitetônico é muito característico, com as casas de madeira e com sótão, inspirado na arquitetura dos imigrantes. Nossa pesquisa levanta como esses moradores foram se apropriando do projeto arquitetônico ao longo do tempo, alterando a vila”, diz a antropóloga Patrícia Marins, uma das coordenadoras do projeto.

Indayá Christine Alves de Souza, de 16 anos, faz parte do grupo Jovens do Street do Centro De Referência de Assistência Social Nossa Senhora da Luz e participou de diversas atividades do Nossa Vila – fez entrevistas com moradores para vídeos, fotografou e realizou trabalhos nas oficinas de maquete e grafite. “O mais interessante nesse trabalho foi descobrir como eram as casas da vila antigamente, que são totalmente diferente das casas de hoje em dia. Sobraram poucas com as antigas características. Como moro aqui há apenas cinco anos, achei muito legal conhecer muito mais sobre o bairro. É bacana passar essa experiência para os outros moradores”, diz.

Leia matéria completa:
Agência de Notícias da Prefeitura de Curitiba
Fonte: Prefeitura de Curitiba

Mesa redonda, intervenção e bate-papo no Nossa Vila

Entre os dias 20 e 22 de agosto de 2015, o projeto Nossa Vila realizou uma série de atividades que tinham como objetivo ampliar as discussões realizadas dentro do projeto para outros públicos. A primeira atividade consistiu mesa redonda ‘Caminhos e lugares da memória’ e contou com a presença do Lourenço Cezar da Silva do Museu da Maré do Rio de Janeiro, da Profª Laura Perez Gil  do Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR, do Profº Ronaldo Corrêa da PROEC, da Patrícia Martins, coordenadora do Projeto Nossa Vila, dos integrantes do projeto Memória Mural, Alex Otto e Auma e da Palmira, coordenadora do Museu da Periferia do Sítio Cercado. Cada um dos participantes compartilhou um pouco das suas experiências com museus comunitários, curadoria compartilhada e registro de memórias das comunidades.

No segundo dia, o projeto montou uma rápida intervenção no terminal do CIC que consistiu na mostra dos resultados do projeto, com a exposição de fotografias e projeção de imagens realizadas durante o projeto, além da exposição de maquetes das casas que foram construídas em conjunto com os jovens da Vila.

No última dia, o Lourenço esteve na Vila Nossa Senhora da Luz para um bate-papo no CRAS da Vila onde contou um pouco mais sobre a sua experiência com o Museu da Maré e fez uma dinâmica muito especial em que cada um compartilhou uma memória surgida a partir de um determinado objeto, nos ajudando a compreender um pouco mais a relação entre materialidades, espacialidades e memórias.

Projeto Nossa Vila recebe Museu da Maré em Curitiba

Eventos agosto Nossa Vila

Nesta semana Curitiba recebe a mesa “Caminhos e lugares da memória – perspectivas sobre museus, patrimônio e direito à cidade”.

Os debates e ações em torno de novos conceitos de museus no Brasil vem avançando e são diversos os formatos de organização de acervos, produção, circulação e uso da memória. Assim, os museus comunitários, populares ou temáticos, vem ganhando espaço e apoio, formando redes, como a dos Pontos de Memória. Juntam-se a isso, as possibilidades articuladas pelas discussões sobre o uso das cidades e as políticas públicas de patrimônio material e imaterial.
Em Curitiba, o Museu da Periferia do Sítio Cercado constitui-se como experiência pioneira. Nesse contexto, o Projeto Nossa Vila, aprovado, em 2014 no edital de Patrimônio Material da Fundação Cultural em Curitiba, traz à cidade, Lourenço da Silva Cezar, integrante do Museu da Maré, para falar da iniciativa e da trajetória da organização, que já recebeu mais de 40 mil visitantes, e debater sobre experiências e reflexões em torno destes eixos temáticos.
A mesa também contará com a participação Alex Otto e Auma, do projeto Memória Mural, que vem desenvolvendo um trabalho de fôlego no CIC, Ronaldo Corrêa, da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC) e Laura Pérez Gil, do Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR, além de Patrícia Martins, coordenadora do Projeto Nossa Vila.

Confira a programação completa:

20/08 – 19h
Mesa redonda: Caminhos e lugares da memória
Lourenço Cezar da Silva (Museu da Maré)
Profª Laura Perez Gil (MAE)
Ronaldo Corrêa (PROEC)
Patrícia Martins (Projeto Nossa Vila)

Reitoria UFPR. Edifício D. Pedro I, 8° andar, Anfiteatro 800

21/08 – 14h as 17h
Intervenção no Terminal do CIC
Mostra dos resultados do projeto

Terminal do CIC. Rua Pedro Gusso, 0. CIC

22/08 – 10h as 12h
Bate-papo com Lourenço Cezar da Silva
(Museu da Maré) e convidados no CRAS Vila Nossa Senhora da Luz

CRAS Vila Nossa Senhora da Luz. Rua Davi Xavier da Silva, s/nº. CIC

Oficina de Maquete

Nos dias 23 e 25 de junho o arquiteto Gabriel Gallarza ministrou a oficina de maquetes para 12 jovens estudantes que participam do grupo de dança urbana do CRAS da Vila Nossa Senhora da Luz na Cidade Industrial de Curitiba.

Durante a oficina os estudantes foram introduzidos na técnica de confecção de maquetes físicas de papel e produziram uma maquete da arquitetura padrão da Vila, uma casa tipo chalé de 50m².

De maneira a ambientar os estudantes no universo das maquetes, e do modelo arquitetônico e urbanístico que iriam abordar, foram passadas a eles algumas noções de arquitetura, urbanismo e habitação popular. Foram apresentados e analisados os projetos arquitetônicos e urbanísticos da Vila, bem como foram feitas algumas colocações teóricas sobre maquetes e os conceitos de representação e escala.

Ainda, após a conclusão da confecção da maquete, a turma realizou uma visita a uma dessas casas representante da arquitetura padrão, e que é casa de uma das alunas da oficina.

Assim, percorrendo as ruas e praças da Vila e entrando no interior de uma dessas casas, os alunos foram sensibilizados a observar as transformações arquitetônicas, urbanísticas e de cotidiano pelas quais passou a vizinhança da Vila como um todo.

Para encerrar fizemos uma última parada no mirante do Farol do Saber para um reconhecimento geral da Vila por cima, e assim identificar as particularidades de seu desenho urbano e seu ritmo de vida.

Foi deixada uma semente de reflexão sobre os campos da arquitetura, do urbanismo e da habitação popular para esses jovens, e que germinará em cidadãos um pouco mais conscientes de suas realidades.

 

Oficina Olhares Etnográficos

Observar, descrever, analisar, estes foram alguns dos pontos trabalhados na oficina Olhares Etnográficos, ministrada pelas antropólogas Janaina Moscal e Patricia Martins, nos dias 9 e 11 de junho. Após a leitura de trechos de textos etnográficos, os jovens saíram à campo no entorno do CRAS, da Vila Nossa Senhora da Luz. No primeiro dia, observaram as dinâmicas da Praça Central, conversaram com o jovem skatista Eduardo Araújo Leite sobre a importância da pista para o lazer da juventude local, além de falar sobre a existência do “Campão do Rap”, onde reúnem-se para compor e escutar este gênero musical. Na mesma tarde, também ouvimos o tenente responsável pela UPS que há cerca de um ano e meio está presente no cotidiano dos moradores, monitorando ruas e praças.

Ainda nessa faceta – juventude, segurança, lazer, esporte e arte – conversamos, no segundo dia, com Faísca, morador da Vila há 32 anos e um dos responsáveis pela Associação Amigos do Bairro. Durante o papo, ele nos contou a história de construção e abandono do Complexo Cultural e do ginásio que fica ao lado. O primeiro, abandonado depois da construção de sua fundação e paredes e o segundo que, após alguns anos de uso intenso, hoje conta apenas com a ocupação dos jovens que construíram alguns obstáculos de skate, e com a eventual presença de moradores de rua. Faísca também mostrou à equipe do projeto o “valetão”, que faz a divisa entre a Nossa Senhora da Luz e a Ferrovila, além de nos contar algumas histórias sobre eventos e músicos do bairro, especialmente da música sertaneja. Embora curtos, estes trajetos ofereceram pistas iniciais na construção desta pesquisa sobre as memórias e sociabilidades da Vila.

A próxima oficina será de Maquete, nos dias 23 e 25 de junho, com o arquiteto Gabriel Gallarza.

Oficina de Fotografia

O projeto Nossa Vila realizou na semana passada, nos dias 26 e 28 de maio, a Oficina de Fotografia ministrada por Flavio Rocha. O primeiro dia foi teórico, onde foram abordados temas como história da fotografia, a transição do meio analógico para o digital e diretrizes da utilização do registro fotográfico para o Projeto. Na outra data os oficineiros fizeram sua primeira saída fotográfica pelo bairro, passando pela rua do comércio, praças, casas antigas e terminando na paróquia Nossa Senhora da Luz. Nessa última parada a turma se encontrou com o grupo da terceira idade, onde foi realizada uma atividade de entrevista com as moradoras mais antigas da Vila. Agora os alunos estão a espera da Oficinas de Olhares Etnográficos e da Oficina de Maquete.

Visita ao Museu da Maré no Rio de Janeiro

O projeto Nossa Vila esteve na favela da Maré no Rio de Janeiro para conhecer o Museu da Maré. Guiadas pelo coordenador do projeto, Luiz Oliveira, pudemos conhecer um pouco mais sobre esse belíssimo trabalho de pesquisa e preservação da história e da memória das comunidades que formam a favela da Maré. O Museu foi fundado em 2006 e surgiu a partir das narrativas dos moradores ‘que desejavam contar a sua história a construir futuro a partir das referências da própria favela, de suas memórias, de seus mitos fundadores e de seus processos identitários’. Além de uma exposição permanente que conta mais sobre a comunidade, o Museu conta com uma exposição permanente, galeria para exposições temporárias, grupo de artesanato, rodas de contação de histórias, biblioteca, laboratório de informática, oficinas culturais, arquivo e reserva técnica. A museologia social praticada pelo Museu, bem como respeito às memórias dos moradores fizeram com que o Museu fosse reconhecido e premiado. E, mais do que isso, o museu e suas práticas são uma experiência de vida, profunda, sensível e transformadora, para nós visitantes e para seus próprios moradores que se reconhecem nas imagens e memórias ali retratadas.

Para conhecer mais: Museu da Maré

O fazer da memória urbana na Vila Nossa Senhora da Luz de Curitiba