Oficina Olhares Etnográficos

Observar, descrever, analisar, estes foram alguns dos pontos trabalhados na oficina Olhares Etnográficos, ministrada pelas antropólogas Janaina Moscal e Patricia Martins, nos dias 9 e 11 de junho. Após a leitura de trechos de textos etnográficos, os jovens saíram à campo no entorno do CRAS, da Vila Nossa Senhora da Luz. No primeiro dia, observaram as dinâmicas da Praça Central, conversaram com o jovem skatista Eduardo Araújo Leite sobre a importância da pista para o lazer da juventude local, além de falar sobre a existência do “Campão do Rap”, onde reúnem-se para compor e escutar este gênero musical. Na mesma tarde, também ouvimos o tenente responsável pela UPS que há cerca de um ano e meio está presente no cotidiano dos moradores, monitorando ruas e praças.

Ainda nessa faceta – juventude, segurança, lazer, esporte e arte – conversamos, no segundo dia, com Faísca, morador da Vila há 32 anos e um dos responsáveis pela Associação Amigos do Bairro. Durante o papo, ele nos contou a história de construção e abandono do Complexo Cultural e do ginásio que fica ao lado. O primeiro, abandonado depois da construção de sua fundação e paredes e o segundo que, após alguns anos de uso intenso, hoje conta apenas com a ocupação dos jovens que construíram alguns obstáculos de skate, e com a eventual presença de moradores de rua. Faísca também mostrou à equipe do projeto o “valetão”, que faz a divisa entre a Nossa Senhora da Luz e a Ferrovila, além de nos contar algumas histórias sobre eventos e músicos do bairro, especialmente da música sertaneja. Embora curtos, estes trajetos ofereceram pistas iniciais na construção desta pesquisa sobre as memórias e sociabilidades da Vila.

A próxima oficina será de Maquete, nos dias 23 e 25 de junho, com o arquiteto Gabriel Gallarza.